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A volta do Super Mosquito (e a Febre Amarela)

Postado em 25 de fevereiro de 2017

Charge: Dálcio Machado - foto colhida da internet.

Sim, ele está de volta, o mosquito Aedes Aegypti está mais uma vez trazendo preocupação aos governos e à população brasileira, pois além de transmitir a velha conhecida Dengue (também Zika  e Chikungunya), ele igualmente pode disseminar a febre amarela.

      O surto de febre amarela reapareceu no país. Já são, até o momento em que escrevo este texto, 292 casos oficiais registrados desta doença. O estado de Minas Gerais, desde janeiro deste ano, lidera o ranking das notificações, com 249 registros, seguido pelo Espirito Santo com 39, e São Paulo com 4 casos confirmados.

A febre amarela é uma doença viral e os sintomas de sua forma clássica podem ser divididos em duas fases.


A primeira fase inicia-se no indivíduo repentinamente com febre alta, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náusea e vômitos. Observe que estes são sintomas comuns à outras doenças, por isso é muito importante que, ao senti-los, a pessoa procure um médico. Sem ajuda deste especialista estas alterações podem piorar.


     Contudo, estes primeiros sintomas terminam em aproximadamente 3 (três) dias. A febre desaparece e há a diminuição dos demais indicativos. Mas fique alerta, porque em alguns pacientes, logo após essa melhora, a doença evolui para sua segunda fase.



Na segunda fase, o reaparecimento da febre, a presença de diarreia e vômitos (parecidos com borra de café), e a coloração amarelada da pele e dos olhos, além de sangramentos, caracterizam a forma grave da doença.


         A partir desta fase, a letalidade é de 50%. Só em 2017 (e olha que nem terminou fevereiro), já foram registradas 97 mortes pela complicação da doença. E ainda existe a forma atípica e fulminante, onde não há essa diferenciação em duas fases. Ou seja, cuidado é pouco.



Entretanto, para nossa alegria a febre amarela tem prevenção. A vacina antiamarílica, que é produzida no Brasil, tem eficácia de 95%, e por isso é considerada bastante segura, bloqueando assim a propagação da doença.



O Ministério da Saúde atualmente recomenda a aplicação da vacina para a população de áreas endêmicas (como é o caso de Mato Grosso do Sul). As crianças devem ser vacinadas aos 9 meses e aos 4 anos de idade, o que dá a elas proteção garantida para o resto da vida. Já os adultos que não foram imunizados na infância a recomendação também são duas doses, sendo a segunda 10 anos após a primeira.



Aqueles que precisarem se expor eventualmente à áreas endêmicas também devem ser vacinados, com administração da vacina 10 dias antes do deslocamento.

Como se vê, até agora está tudo muito bom não é? Duas doses garantem imunidade para o resto da vida. Mas será que a vacina não tem contraindicações?

Sim, senhoras e senhores, a vacina possui sim contraindicações. Ela é contraindicada para crianças menores de 6 meses, idosos acima de 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até 6 meses, pacientes em tratamento para câncer e pessoas imunodeprimidas. Caso seja necessária a imunização, na presença de alguma destas contraindicações, um médico deve ser consultado. Aliás, sempre procure um médico quando se tratar de cuidados com sua saúde. Lembre-se, a automedicação é também totalmente contraindicada.

Vale ainda lembrar que o mosquito Aedes Aegypti anda à solta transmitindo tais doenças, incluindo a possibilidade de transmissão da febre amarela. Por isso, o cuidado deve ser diário e contínuo. Não deixe água parada. E caixas d’água e fossas sépticas devem ser tampadas e limpadas periodicamente. Terrenos devem ser limpos sempre. Somente a população unida neste cuidado é capaz de minimizar  as ações deste Super Vilão.  

Dr. Ivan Koutchin é Médico,
e colunista do Site Campo Grande Alerta. 
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