"Creed, nascido pra lutar", é filme "nascido" para ser visto. A luta pelo sonho, e a amizade que nenhuma luta vence.
Depois de quase oito anos da estreia de Creed‘ (2015), de Ryan Coogler, eu finalmente o assisti. O filme faz parte da franquia ‘Rocky‘, que foram sucessos de bilheteria, cuja personagem estrela era “Balboa”, interpretado por Sylvester Stallone. Aliás, Stallone é a peça-chave, que liga com maestria o novo enredo visto em Creed. Junto de Michael B. Jordan, o “Adonis Johnson”, o filho ilegítimo de Apollo Creed, a estrela de filmes como “Rambo” e “Falcão, o campeão dos campeões”, faz valer o tempo e a pipoca.
Em Creed, Adonis busca a realização de seu sonho, ser um atleta boxeador profissional, caminho que seu pai Apollo Creed trilhou com bastante sucesso. Porém, Apollo não conheceu o filho, que não era fruto de seu casamento legítimo, pois faleceu antes que Adonis nascesse. Nesta parte familiar, há uma cena que rouba nosso coração, com a demonstração de um afeto incondicional, de perdão e valentia, mas não vou dizer para não estragar sua vivência quando vir o filme.
Ryan Coogler, o diretor de “Creed, nascido para lutar’’ soube, pelas cenas de luta e de maior intensidade, ligar a emoção das personagens com o enredo dos filmes iniciais de Rock Balboa. O Elo entre Balboa (Stallone) e Adonis (Jordan), pode ser sentido por quem assiste o filme. Embora, em comparação com a trilogia original (mesmo sendo injusto comparar), faltou, na impressão deste que vos fala, um tanto mais de história, que fixasse melhor a atenção do espectador. Há alguns cortes no filme que não conectam bem a cena. Mas isso de maneira alguma prejudica o teor de saudosismo dos que assistiram os primeiros “Rocky”, e da vontade de descobrir a nova história, a de Adonis e sua ligação emocional com a memória de seu pai, e a amizade que se constrói entre ele e Balboa.
Agora, vale ressaltar em destaque, a atuação de Michael B. Jordan quando da interpretação de Adonis, figura cuja ira advinda da infância entra em conflito com suas raízes, pela ausência do pai. Mas há um contraponto, o do bom moço e de natureza amigável, que vai se fazendo durante o longa-metragem. Ambos os traços são espetacularmente demonstrados na interpretação de Jordan. O papel pedia essa intensidade, e ele soube como o ator que é, dar ao público a conexão emocional com a personagem.
Já Sylvester Stallone, para esse não tenho como medir elogios, talvez por ser ele um ator que recorrente surgiu em papéis que marcaram minha infância. Ao reviver o icônico Rocky Balboa, despertou em mim um saudosismo e toda aquela emoção de seus primeiros filmes. Seu jeito, enquanto na personagem, envolve brilho e magnetismo em qualquer cena. Seu carisma é tão natural que, realmente, contracenando com ele, Michael B. Jordan cresceu muito mais que seu tamanho.
E sobre as cenas de boxe, embora confesse não entender nada sobre este assunto, os golpes que eu vi me pareceram muito reais. As coreografias e os truques de câmera deixam a gente com vontade de participar da ação, mas óbvio, sem as dores dos golpes. Entretanto, não tem como não sentir a força de cada giro ou potência aplicada na gana de ser o campeão.
E ao falar em querer ser campeão, o Adonis Johnson, filho de Apollo Creed, reitero, reluta com sua raiz familiar, e talvez por isto, a contradição entre aceitar o pai e seu legado e seu desejo de viver exatamente como seu progenitor, sejam o que deixa este filme completo. É tão antagônica essa questão, que este é um dos pontos mais sensíveis e observados durante todo filme. Já a personagem Rocky também tem suas questões familiares, como a saudade e a tristeza, por ter perdido a esposa para uma doença, pela ausência do filho e o falecimento de um grande amigo.
Enfim, o filme vale por si, na minha opinião. Um longa que deixa seu legado. É a ligação entre Adonis e Rocky, que não deixa dúvidas sobre o valor de uma amizade genuína e o quanto vale a pena assistir esse filme. E não podemos deixar de falar da trilha sonora, com novas músicas e uma menção honrosa do tema original de “Rocky”. Ah, e a história, em sua maior parte, tem como centro a Filadélfia, cidade americana do Estado da Pensilvânia, a mesma da franquia original.
Estou ansioso para ver os outros dois “Creed”, as continuações desse. Aí venho aqui e falo com vocês, prometo.
Abraços.
Alexandre Fon