Vaza Jato: Intercept Brasil publica conluio entre juiz e procurador
Foto - Intercept Brasil |
Não se pode negar que as notícias lançadas pelo site
Intercept Brasil são reveladoras. As reportagens trouxeram para a superfície as
artimanhas do submundo da Lava Jato. Uma operação iniciada como um meio de
combater a corrupção no Brasil, em suas entranhas era consumida por esta mesma
corrupção. Até então havia apenas a suspeita que membros do Ministério Público
e o judiciário articulavam politicamente e partidariamente. Agora, segundo o
que vem sendo divulgado, o conluio entre procuradores e um juiz, com o objetivo
de manipular a opinião pública e influenciar a política brasileira está dado.
Segundo o Intercept Brasil: “durante o processo que levou
um ex-presidente para a cadeia, o juiz orientou, recomendou alterações de estratégias, antecipou uma decisão e
até indicou uma testemunha para acusação. A defesa, que
reiteradamente pediu a suspeição do juiz, fazia papel de trouxa enquanto
ele e o procurador combinavam estratégias de acusação pelos seus celulares”. Logo
estes dois que sempre se portaram como entes acima de qualquer suspeita, e
grandes combatentes da corrupção.
O que se sabe até aqui, aponta o site que divulgou tais
informações, é muito pouco perante o material que eles possuem. Ainda existem
muitos outros fatos a serem postos e discutidos publicamente. Contudo, certa
parcela da imprensa, ao invés de se ater aos princípios do jornalismo e se
apegar aos fatos e esmiuçá-los, preferem combater os jornalistas que divulgaram
o vazamento das conversas impróprias entre este juiz e os procuradores.
Abaixo, publicaremos trechos do artigo postado hoje no Intercept
Brasil, de título “A Lava Jato usou o Judiciário para fins políticos”. Recomendamos
a leitura completa no site (clique aqui para acessar arquivo completo).
“Suspeitava-se que a Lava Jato era um grupo
político articulado entre membros do Ministério Público e o judiciário. Os
indícios apontavam um conluio entre procuradores e um juiz que atuava para
influenciar o jogo político-partidário e manipular a opinião pública. Faltava o
batom na cueca. Não falta mais...
A convicção demonstrada [pela Lava Jato] em público
contrastava com a insegurança no escurinho do Telegram. As conversas mostram a
obsessão de Dallagnol em manter o caso de Lula nas mãos de Moro a qualquer
custo. Os “incendiários” tinham plena consciência de que estavam ultrapassando
os limites da irresponsabilidade...
Moro e Dallagnol enganavam a opinião pública
quando em diversas oportunidades garantiram a lisura do processo. O réu não
teve direito a um julgamento justo e imparcial. Os diálogos revelam uma
articulação de estratégias para condená-lo mesmo antes da apresentação da
denúncia. O processo foi corrompido, comprometendo o julgamento das instâncias
superiores. Qualquer interpretação diferente dessa está fadada ao ridículo e
cairá na lata do lixo da história...
Acreditava-se que Moro trabalhava como linha
auxiliar da acusação, mas ficou claro que ele era o chefe da Lava Jato. Ele
dava broncas, cobrava ações e recomendou a Dallagnol que enquadrasse uma
procuradora que apresentou mau desempenho nas audiências. Dallagnol prestava reverências a Moro, muitas vezes usando um tom
messiânico: “A sociedade quer mudanças, quer um novo caminho, e espera líderes
sérios e reconhecidos que apontem o caminho. Você é o cara”....
É importante esclarecer que as revelações da
Vaza Jato não provam a inocência de todos os acusados pela operação. Prova
apenas que a Lava Jato não é inocente e que os processos comandados por ela
estão contaminados por interesses políticos. Essa não é uma história de
mocinhos contra bandidos...”