Surto de Bolsonaro? Essa é a tese dos aliados sobre a violação de tornozeleira.
Aliados tentam justificar violação de tornozeleira como "Surto"
A defesa e aliados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro têm trabalhado com a tese de que a tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica, que resultou em sua prisão preventiva no último sábado (22 de novembro de 2025), foi resultado de um "surto" ou momento de confusão mental, e não uma premeditada tentativa de fuga.
A narrativa de "surto" surgiu após o ex-presidente admitir a policiais penais que utilizou um ferro de solda para mexer no equipamento, alegando que agiu por "curiosidade" ou porque "acreditava estar ouvindo vozes" vindas do aparelho.
Os Argumentos da Defesa e Aliados
Tese do "Surto": Pessoas próximas a Bolsonaro têm dito à imprensa, em caráter reservado, que o ex-presidente estava em um estado de agitação mental ou "surto" quando tentou avariar a tornozeleira. Eles argumentam que, se a intenção fosse fugir, ele simplesmente teria rompido o dispositivo e não tentado danificá-lo de forma rudimentar, como fez.
Negativa de Fuga: A defesa oficial do ex-presidente nega veementemente qualquer plano de fuga. Os advogados, em nota, manifestaram "perplexidade" com a conversão da prisão domiciliar para preventiva, contestando a existência de "gravíssimos indícios de eventual fuga" apontados na decisão do Ministro Alexandre de Moraes.
Contexto de Saúde: Aliados também mencionaram o histórico de saúde do ex-presidente, citando as sequelas da facada de 2018 e as cirurgias subsequentes, na tentativa de reforçar um quadro de fragilidade ou instabilidade.
A Visão do Judiciário
Em contraste direto com a tese de "surto", o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), utilizou a violação material da tornozeleira como um dos principais elementos para decretar a prisão preventiva, classificando a ação como um "elevado risco de fuga" e tentativa de obstrução da Justiça.
O relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal indicou que a tornozeleira apresentava "sinais claros e importantes de avaria", com marcas de queimadura no local de encaixe.
Para o STF, a violação e a confissão de uso de ferro de solda foram um teste ou uma ação concreta visando a fuga, especialmente em um momento onde o ex-presidente foi condenado a mais de 27 anos de prisão e a proximidade do trânsito em julgado aumentava o risco de evasão.
A decisão de Moraes converteu a prisão domiciliar em prisão preventiva (regime fechado na Superintendência da Polícia Federal), a ser submetida a referendo da Primeira Turma do STF.
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